Edital do Processo Seletivo – Segundo Semestre de 2013

A Liga Acadêmica de Humanidades Médicas (LAHM) vem por meio deste divulgar a realização do Processo Seletivo 2013-2 para novos membros. Serão oferecidas 14 vagas para entrada a partir do 1º período. A seleção de novos membros será feita em duas etapas:

1) Palestra Introdutória Obrigatória + Prova
Data: 12/11/2013
Horário: 17:00h
Local: sala 229 no bloco 4k

2) Entrevista
Data: 13/11/2013
Horário: 17:00h
Local: sala 229 no bloco 4K

– As inscrições serão realizadas na ocasião da palestra obrigatória, no dia 12 de Novembro de 2013, no Bloco 4K, sala 229, às 17h.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

EDITAL DE SELEÇÃO

LIGA ACADEMICA DE HUMANIDADES MÉDICAS

A Liga Acadêmica de Humanidades Médicas (LAHM) abre edital de seleção para novos membros no 2º semestre letivo de 2013. A seleção de novos membros será feita em duas etapas: 1)Palestra/Avaliação Escrita e 2)Entrevista.

INSCRIÇÕES

As inscrições serão realizadas na ocasião da palestra obrigatória, no dia 12 de Novembro de 2013 no Bloco 4K sala 242, às 17hrs. No ato da inscrição deverá ser paga uma quantia de R$ 3,00 (três reais).

PRÉ-REQUISITOS

Poderá se inscrever os acadêmicos de qualquer período do curso de Medicina. Não será permitido que o acadêmico já participante de três outras ligas ingresse em uma quarta. A participação em três ligas não exclui o acadêmico do processo seletivo, mas sim de ingressar na liga em caso de aprovação.

PALESTRA E PROVA

A Palestra de apresentação da liga e a prova escrita serão realizadas no dia 12 de Novembro de 2013 no Bloco 4K sala 242 às 17h. A palestra oferecida será obrigatória. Poderá participar da palestra qualquer pessoa independente de estar ou não participando do processo de seleção. Após a palestra, ocorrerá a avaliação escrita dos candidatos.

ENTREVISTA

A entrevista com os candidatos será no dia 13 de novembro de 2013 às 17h, acontecendo a partir da ordem de chegada dos acadêmicos.

Participarão da entrevista somente os candidatos com presença na palestra obrigatória e que realizaram a avaliação escrita.

SELEÇÃO

Serão selecionados 14 (quatorze) candidatos em ordem decrescente de pontuação nas avaliações. Em caso de empate, será dada preferência ao acadêmico de período mais avançado. Os restantes dos candidatos comporão uma lista de espera que dará a classificação para as sucessivas chamadas. Em caso de desistência após o início do processo de seleção, não haverá devolução do dinheiro.

DIVULGAÇÃO

A divulgação dos candidatos aprovados será feita no dia 18 de Novembro de 2013. A lista com os nomes dos aprovados será afixada no mural da LAHM no bloco 2H, publicada no e e-mail e grupo no Facebook da Medicina.

REUNIÕES

A carga horária semanal e o horário das reuniões serão confirmados com o grupo, na palestra de cunho obrigatório. Esta visa esclarecer as atividades dos membros da LAHM, e permitir que o candidato analise bem a sua inserção no grupo.

REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Blog Arte Médica, disponível em: http://medicineisart.blogspot.com.br/

Blog Liga Acadêmica de Humanidades Médicas – UFU, disponível em: https://lahmufu.wordpress.com/

Caprara, A., Lins, A., & Franco, S. (1999). A Relação paciente-médico: para uma humanização da prática médica The patient-physician relationship: towards humanization of medical practice. Cad. Saúde Pública, 15(3), 647-654.

Rego, S., Gomes, A. P., & Siqueira-Batista, R. (2008). Bioética e humanização como temas transversais na formação médica. Rev. bras. educ. med, 32(4), 482-91.

Página da LAHM no Facebook, disponível em: https://www.facebook.com/LigaDeHumanidadesMedicasUFU

Compilação de Projetos – LAHM

Músicas:
Hey – Pixies

La vie en rose – Madeleine Peyroux

Short change hero – The Heavy

Roda Viva – Chico Buarque e MPB-4

Curtas:
La dama y La muerte

The Last Knit

A Janela

Vincent

Paradoxo da Espera do Ônibus

The Real Bears

Inscrições Online – Simpósio “De que médico a sociedade precisa?”

970048_356742687761978_1922291338_n

 

A Liga Acadêmica de Humanidades Médicas apresenta o Simpósio “DE QUE MÉDICO A SOCIEDADE PRECISA?”, em busca de uma Formação em SAÚDE mais Humanizada.

Dias: 2 e 3 de Agosto de 2013
Local: Anfiteatro do bloco 2A, campus Umuarama – UFU – Uberlândia MG

Público-alvo: Acadêmicos e profissionais dos cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Psicologia e outros interessados.

Certificado: 12 (doze) horas
Estará disponível em: http://www.siex.proex.ufu.br/certificado/pesquisar

INSCRIÇÕES PRESENCIAIS:
Local: Biblioteca campus Umuarama – UFU
Data: 29/07 a 02/08
Horário: 12:00 às 14:00 horas
VALOR: R$ 15,00

INSCRIÇÕES ONLINE:

Para realizar sua inscrição online basta enviar os seguintes dados:

1) Nome completo
2) CPF
3) Telefone de contato
4) Imagem do comprovante de déposito

Para o email: krlabraga14@gmail.com

Deverá ser feito um depósito no valor de R$ 15,00 na seguinte conta:

Banco do Brasil
Agência: 2918-1
Número: 54971-1

Inscrições no dia e local do evento: R$ 20,00

PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira (02/08)
Noite

17:30 – 18:30 – Credenciamento

18:30 – 19:10 – Abertura

19:20 – 19:40 – Apresentação cênica – Teatro Art. Cia

19:40 – 20:30 – Eduardo Comodo Valarelli – ONG Carmim: “Arte e promoção humana : do paciente à formação na saúde”

20:40 – 21:30 – Dra. Anna Beatriz C.N. do Amaral e Dra. Paula Philbert Lajolo Canto: “Comunicação de más-notícias”

21:40 – 22:00 – Apresentação de dança – Escola de Dança Leandro Theodoro

22:00 – 22:10 – Sorteio de Brindes

22:10h – Coquetel

Sábado (03/08)
Manhã

08:00 – 09:00 – Mesa-redonda: “Aspectos éticos e sociais da prática médica” 
– José Veridiano de Oliveira – Conselho Municipal de Saúde 
– Dr. Melicégenes Ribeiro Ambrósio – Conselho Regional de Medicina 
– Dr. Elson de Oliveira Felice – Ouvidoria da Secretaria de Saúde de Uberlândia 

09:00 – 09:50 – Dra. Helena Borges Martins da Silva Paro: “Medicina baseada em evidência”

10:00 – 10:20 – Coffee-break

10:20 – 11:10 – Dr. Alexandre Ciappina Hueb: “Humanismo e inovações tecnológicas em saúde”

11:20 – 12:40 – Mesa-redonda: “CENÁRIO POLÍTICO DA SAÚDE”
– Dr. Eduardo Crosara Gustin
– Dr. André Luiz de Oliveira
– Dr. Ricardo de Ávila Oliveira
– Dra. Helena Borges Martins da Silva Paro
– Ac. Milena Caixeta Nunes

12:40 – 12:55 – Apresentação de Dança (Academia Ritmo) 

12:55 – 13:00 – Sorteio de Brindes 

13:00 – Encerramento

 

 

Humanidades nas Doenças: Hanseníase

Em nossa primeira “Humanidades nas Doenças”, discutimos a Hanseníase. Essa doença infectocontagiosa marca tanto o passado quanto o presente. Relatos dessa doença são encontrados em escritos da Índia e China, séculos antes de Cristo, bem como na Bíblia, tendo sido considerada “castigos dos deuses”. Num passado mais recente e vergonhoso, houve leprosários e completo cerceamento da liberdade dos doentes, como observado na matéria da globo news –

Hanseníase é marcada pelo preconceito e discriminação

Os problemas advindos da Hanseníase, infelizmente, não são apenas históricos, nem foram superados. No mundo, apenas dez países possuem prevalência da doença maior que um para dez mil habitantes e o Brasil é um deles.

O tratamento é simples e eficaz, e gratuito no Sistema Único de Saúde. Consiste basicamente na dose mensal de 600 mg de Rifampicina, vigiada na UBS.

Para os casos paucibacilares: 6 meses. Mais 100 mg de sulfona (DDS) todos os dias, em casa.
Para os multibacilares:  12 meses. Mais 100 mg de sulfona (DDS) todos os dias, mais 50 mg de clofazimina todos os dias em casa. Mais dose vigiada de 300 mg de clofazimina com a rifampicina.
Image
Talita, 20 anos, recepcionista. Moradora de Montanha – ES, tratou-se para Hanseníase há 8 anos e nos contou um pouco sobre sua história:

Humanidades Médicas: eu queria saber se você se importaria em falar um pouquinho sobre isso (a hanseníase)… por exemplo quanto tempo faz, qual o primeiro sintoma que te fez procurar ajuda médica, se você foi primeiro num dermatologista, ou numa unidade básica de saúde…Talita: Olha, quando eu tinha uns 6 anos apareceu uma bolinha no meu olho… no começo o pessoal lá de casa achava que era terçol. Depois que fui crescendo, foi aumentando, daí então resolvi procurar um médico. Minha madrasta me levava em Vitória. Passei por 3 hospitais, fiz duas biópsias e nenhum médico conseguia descobrir o que era…Daí me encaminharam para o hospital das clínicas lá em Vitória mesmo. Fui consultar e contei para a doutora que nenhum médico conseguia descobrir o que era.

Humanidades: A bolinha era na pálpebra, em cima do olho?Talita: Isso. Caso raro, por isso não estavam descobrindo.

Humanidades: Sim, sim. Imagino. Eu mesmo nunca tinha ouvido falar desse sintoma…

Talita: Então a doutora pegou no meu olho e perguntou se eu sentia dor. Eu disse que não, porque realmente não sentia nada.

Humanidades: Os outros médicos não falaram nada? Receitaram pomada, ou algo do tipo?

Talita: Os outros passavam pomada e colírio, falavam que era uma micose, algo do tipo.

Humanidades: Sei, sei.

Talita: Essa médica [que questionou sobre a dor] perguntou se alguém da minha família tinha hanseníase. Eu disse que sim, que minha avó e minha tia, só que elas deram no braço. Então ela passou o exame pra eu fazer. O teste para saber se isso poderia ser hanseníase. Daí fiz em Posto da Mata (ES)… desculpa, fiz em Pinheiros (ES) se me lembro bem. Eles tiram com uma maquininha um pedacinho ou do cotovelo ou da orelha.

Humanidades: E você morava em qual cidade na época?

Talita: Morava em Posto da Mata, mas fazia tratamento em Vitória e Pinheiros, pois minha madrasta morava lá, então era mais fácil resolver.

Humanidades: Certo…

Talita: Daí quando chegou o resultado, levei até Vitória e foi confirmado. Como não era o mais grave, fiz o tratamento de 6 meses. Hoje não tenho mais hanseníase… mas deixou sequelas.

Humanidades: Quais?

Talita: A minha pálpebra abaixou e eu perdi os cílios do meu olho devido ao problema. Toda vez tenho que tirar os que vão nascendo, com a pinça, porque, como a pálpebra abaixou, eles nascem para dentro, então acaba irritando e arranhando minhas vistas. Tenho que fazer uma cirurgia para levantar a pálpebra.

Humanidades: E você vai fazer essa cirurgia?

Talita: Sabe, às vezes penso em fazer, mas às vezes fico com medo… de não ser bem feita e deixar pior.

Humanidades: A partir do momento em que se começa o tratamento, o paciente deixa de transmitir a hanseníase. Sua avó e sua tia já tinham sido tratadas?

Talita: Elas também fizeram o tratamento. Mainha, que é minha avó e que eu chamo de mãe, já tinha feito o tratamento… talvez eu poderia já ter e ninguém descobria.

Humanidades: Quando ela fez o tratamento, você tinha quantos anos? Você sabe?

Talita: Humm, lembro não.

Humanidades: A hanseníase é uma doença que por muito tempo foi cercada de preconceito. Eu queria saber se você, sua avó ou sua tia… se alguém sofreu alguma forma de preconceito, alguma dificuldade por causa da hanseníase.

Talita: Mainha não, nem minha tia. Mas eu sim, muitooooo. Na escola principalmente. Nossa, era horrível. Até hoje às vezes sofro. Muita gente que eu nem conheço acaba querendo saber o que é… não costumo falar para as pessoas. Conversei com você, te contei tudo, mas não costumo contar para ninguém. Não por vergonha… porque muitas vezes as pessoas não entendem, e fica uma perguntação (não é o seu caso). Mas já aconteceu da pessoa me perguntar e eu contar, e ela simplesmente se afastar de mim, falando que isso pega. Nossa, você não sabe o quanto dói.


A Hanseníase tem cura, o preconceito também.4

Image

A Arte do Lixo

Um dos grandes problemas da humanidade é a intensa “produção” de lixo. Afinal de contas, não podemos esquecer que ele merece um destino. Entretanto, também não podemos esquecer que há centenas de milhares de pessoas que ganham o seu sustento com o que é tido como “lixo”.

Resumo

Um dos maiores problemas dos centros urbanos é a destinação final do lixo, situação agravada pelo modelo capitalista. A coleta seletiva e a reciclagem de materiais estão entre as principais soluções para esse problema. Este estudo teve como objetivo determinar a quantidade de materiais coletada por uma das empresas de coleta seletiva da cidade de Uberlândia (MG) e avaliar os ganhos ambientais potenciais advindos desse processo. No período 2001/2004, as atividades da empresa foram acompanhadas pela pesquisadora, que também teve acesso aos registros referentes à separação, classificação e pesagem dos materiais. Foram realizados cálculos de economias potenciais de energia e recursos naturais. No total, foram coletadas 4.727,74 t de materiais recicláveis. A média de alumínio desviado do aterro foi de 8,22 t./ano, o que proporcionaria uma economia de bauxita de 41,1 t. O peso médio de papel coletado foi de 804,26 t./ano, possibilitando uma economia de água de 19.571,63 mil litros anuais. O peso médio de plástico foi de 369,51 t./ano. Lembramos que a reciclagem de plásticos proporciona economia de um importante recurso não-renovável: o petróleo. Os resultados indicam que a coleta seletiva de materiais e sua reciclagem podem oferecer ganhos econômicos e ambientais significativos para a cidade de Uberlândia.”

Artigo: Coleta seletiva e reciclagem como instrumentos para conservação ambiental: um estudo de caso em Uberlândia, MG (caso queira conferir o artigo na íntegra):

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1982-45132007000200013&script=sci_arttext)

Durante a nossa apresentação, passamos trechos do documentário “Lixo extraordinário”. Esse documentário retrata a vida de pessoas que vivem do lixo e como a vida delas se transforma com o trabalho artístico de Vik Muniz. Este, artista plástico brasileiro, fotografou um grupo de catadores e a partir dessas fotos, junto com o grupo, criou imagens impressionantes.

Música para reflexão: O que se perde enquanto os olhos piscam – O Teatro mágico

Apresentação realizada por:

  • Laís Melo Rocha
  • Larissa Borges Morangoni
  • Marcela Souza Carneiro

Escrito por Laís Melo Rocha, acadêmica do 5° período de Medicina da UFU

Rainbow Gathering

Na apresentação de hoje, falamos sobre sobre a Comunidade Rainbow Gathering, que promove encontros periódicos e reúne milhares de pessoas ao redor do mundo. falamos também que o próprio Brasil já foi sede de um meeting na Chapada dos Veadeiros, GO em 2011 e outro em 2012 em Caparaó, ES. Os encontros geralmente acontecem em um período lunar completo (28 dias), mas podem variar quanto a duração, desde alguns dias para um encontro local ou encontros de cura, de reflorestamento. Durante o encontro, e com tudo correndo conforme as expectativas, a magia começa a acontecer. Os dias e noites são passados com muita música, preparando e cozinhando pratos saborosos, criando arte, abrindo círculos de discussões e ouvindo uns aos outros, oferecendo e atendendo oficinas de massagem, ioga, arte, musica, culinária, meditação, agroecologia, permacultura, alem de difundir o amor, cuidando da Mãe Terra, e talvez mais importante do que todos esses, estabelecendo relacionamentos que durarão por anos e anos!
Discutimos ainda algumas semelhanças entre esses propósitos e o filme Avatar, de James Cameron, em que os personagens se conectam a natureza.  Por fim, algumas fotos de uma comunidade Rainbow Gathering em uma reserva florestal Norte Americana:

RG2

RG1
As fotos eu encontrei no site www.hypeness.com.br e essas são as minhas favoritas! Espero que tenham gostado também. Quem tiver alguma informação e quiser compartilhar, pode deixar aí embaixo nos comentários!

Escrito por: Marcelo Rocha Campos, acadêmico do 9° período de Medicina da UFU

Curta Meia-Hora

A Liga Acadêmica de Humanidades Médicas convida toda a comunidade acadêmica da UFU para mais uma edição do Projeto “Curta Meia-Hora” que ocorrerá no Anfiteatro da Biblioteca ao Meio-Dia(12h), começando nessa próxima QUARTA-FEIRA dia 12/12/2012!!! Será exibido um curta metragem e logo após será incitado um debate acerca da realidade na qual todos estamos inseridos (tudo isso em meia-hora). É uma excelente oportunidade de entretenimento e, ao mesmo tempo, para conhecer ideias, comportamentos e melhorar nossa atuação enquanto profissionais.

Fica o convite! Mas cheguem cedo! Pois é bem rapidinho!…

Abraços humanísticos,

LAHM-UFU

curta

Vida e obra de Frida Kahlo: retratos da dor confortada pela arte

Maldalena Carmen Frida Kahlo

Maldalena Carmen Frida Kahlo retrata a trajetória de um dos maiores ícones das artes plásticas do México e do mundo. Com sua singular biografia e uma produção artística riquíssima, Frida expressava, em grande parte de suas pinturas, a dor e a mutilação, presentes, diariamente, em sua rotina de vida:

ESPINHA BÍFIDA

O primeiro problema neurológico apresentado por Frida Kahlo, espinha bífida, iniciou-se antes mesmo de seu nascimento. Espinha bífida significa espinha cindida ou dividida. Esta divisão se dá nas primeiras semanas de gravidez, quando a medula espinhal, então em formação, não se fecha corretamente. Dependendo da gravidade da fusão, a espinha bífida pode ser assintomática ou associada a diferentes manifestações esqueléticas, urogenitais e neurológicas, incluindo deformações e desordens tróficas das extremidades, paresia e outras. A maioria dos estudos bibliográficos ignoram tal patologia ou a citam de forma rápida, sem especificidade. Entretanto, sabe-se que a maior parte dos problemas ortopédicos apresentados pela pintora, têm relação direta com tal anormalidade do tubo neural. Apesar de não existirem documentos médicos especificando o defeito congênito, uma pintura intitulada: “O que eu vejo na água”, aponta tal anomalia. O elemento dominante da pintura é a presença dos pés aderidos na banheira. A presença de deformidades no hálux e segundo dedo no pé direito, é um defeito típico associado ao disrafismo congênito, incluindo a espinha bífida:

” O que eu vejo na água”, 1938

Outro fato que marcou sua infância foi ter contraído poliomielite aos seis anos de idade. A doença a deixou como marcas a musculatura atrofiada e o membro inferior direito mais curto. Para encobrir a deficiência, Frida passou a usar saias longas como as das indígenas mexicanas. Já famosa, as intelectuais de sua época e as mulheres de um modo geral acharam que ela estava lançando moda e começaram a também usar aquelas saias longas.

TRAUMAS DA COLUNA VERTEBRAL E A “ÁRVORE DA ESPERANÇA”

          Em 17 de setembro de 1925, na Cidade do México, um bonde bateu em um ônibus. O acidente seria esquecido se dentro do segundo veículo não estivesse a jovem Magdalena Carmen Frida Kahlo. A colisão moldou a existência da mais valorizada pintora latino-americana. Aos 18 anos, ela teve a coluna comprometida em três regiões, a perna dilacerada, o pé esmagado e a cintura pélvica fraturada. Uma barra de ferro ainda atravessou seu abdome. O sofrimento foi representado em sua arte com traços mórbidos:

Árvore da Esperança, Mantém-te Firme (1946).Frida Kahlo (1907-1954).Óleo. 56 x 40.5 cm. Galeria de Artes Isadora Ducasse (Nova York)

Sobre A Árvore da Esperança, Frida escreveu em seu diário: “Estou quase terminando o quadro que nada mais é que o resultado da tal operação. Estou sentada à beira de um precipício – com o colete em uma das mãos. Atrás estou deitada numa maca de hospital – com o rosto voltado para a paisagem – um tanto das costas está descoberto, onde se vê a cicatriz das facadas que me deram os cirurgiões filhos de sua recém-casada mamãe.”

Segundo ela, um verdadeiro milagre a permitiu sobreviver: porém, lhe deixou graves seqüelas físicas. Devido a fratura de pelve, Frida foi informada de que não poderia ter filhos de parto normal, e era recomendável portanto que evitasse engravidar. O mesmo acidente destruiu seu sonho de ser médica. Em 1929 ela sofreu o primeiro aborto; em 1932, o segundo e último. Seu grande desejo era ter filhos, e a impossibilidade de concretizá-lo naturalmente deixou-a extremamente traumatizada.Felizmente, mais adiante, conseguiu voltar a caminhar. A artista foi submetida a mais de trinta operações e, mesmo assim, nunca deixou de pintar.

A COLUNA PARTIDA

Em 1944, Frida pintou o auto-retrato intitulado A Coluna Partida. A obra expressa o sofrimento da artista, pois sua saúde piorara a ponto de ter de usar um colete de aço. Uma coluna artificial, partida em vários lugares, toma o lugar de sua coluna fraturada. As rachaduras em seu corpo e os pregos espalhados pela superfície corporal são símbolos da dor e solidão:

“A coluna partida”, 1944.

A DOR DE UMA MÃE QUE PERDEU O FILHO

Em 1932, Frida pintou o quadro O Hospital Henry Ford, também conhecido como A Cama Voadora.O quadro mostra a pintora deitada no leito do hospital, localizado em Detroit, EUA. Flutuando sobre o leito, pode ser visto um feto do sexo masculino, um caramujo e um modelo anatômico de abdome e de pelve. No chão, abaixo do leito, são vistos uma pelve óssea, uma flor e um autoclave. Todas as seis figuras estão presas à mão esquerda de Frida por meio de artérias, de modo a lembrar os vasos de um cordão umbilical. O lençol sob Frida está bastante ensangüentado. Seu corpo é demasiadamente pequeno em relação ao tamanho do leito hospitalar, de modo a sugerir seu sofrimento e sua grande solidão:

Cama Voadora (1932).Frida Kahlo (1907-1954).Óleo sobre metal 77,5 x 96,5.Coleção Fundaçao Dolores Olmedo (México)

Do olho esquerdo de Frida goteja uma enorme lágrima, simbolizando a dor de uma mãe pela perda do filho; a pelve óssea é um testemunho da causa anatômica da impossibilidade de ser mãe.

O CARINHO POR SEU MÉDICO NO PERÍODO MARCADO POR INÚMERAS CIRÚRGIAS (1950-1951)

“Estive doente durante um ano: 1950-1951. Sete operações na coluna. O Dr. Farill salvou-me. Restituiu-me a alegria de viver. Ainda estou numa cadeira de rodas e não sei quando poderei voltar a andar de novo.Tenho um colete de gesso que, em vez de ser horrivelmente maçador, me ajuda a suportar melhor a coluna. Não sinto dores, só um grande cansaço… e, como é natural, por vezes desespero. Um desespero indescritível. No entanto quero viver. Já comecei o pequeno quadro que vou dar ao Dr. Farill e que estou fazendo com todo meu carinho por ele”.

“Auto-Retrato com o Dr. Juan Farril”, 1951

Nessa pintura, Frida Kahlo aparece numa cadeira de rodas, em frente a um retrato do seu médico, num cavalete. Uma espécie de oferenda ao médico que salvou a artista do seu sofrimento e aparece no lugar de santo. A paciente pinta a tela com seu próprio sangue e utiliza o coração como pincel.

EPISÓDIO DA AMPUTAÇÃO

Em 27 de julho de 1953, Frida tem a perna direita amputada até a altura do joelho. Em seu diário, encontra-se o desenho da perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos.

Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida.Vou esperar mais um pouco…

Após atentar diversas vezes contra a própria vida, Frida Kahlo, que havia contraído uma grave pneumonia, foi encontrada morta no dia 13 de julho de 1954. Embolia pulmonar é a causa registrada em seu atestado de óbito, no entanto, a última anotação em seu diário permite aventar-se a hipótese de suicídio:

Espero alegre a saída e espero nunca voltar.

Apesar do explícito sofrimento em sua obra, Frida nunca pintou com o interesse de se lastimar; pelo contrário, as imagens cruentas que vemos em muitos de seus quadros – colunas partidas, abortos,sangue, mortes – manifestam uma espécie de provocação, de atitude desafiante frente ao mundo, porque ela era assim. Fosse para buscar a si mesma ou para expressar toda sua sensibilidade, Frida retratou-se no conjunto de sua obra. Poucos artistas se revelaram tanto. Poucos tiveram – como ela teve – na arte o seu maior conforto.

Nayara Borges Andrade

Ética Médica – uma reflexão a partir de Kant

A definição do que é ética é uma tarefa difícil em função das amplas possibilidades de entendimento. Dessa forma, foi objeto de estudo de diversos pensadores os quais buscavam delimitar teoricamente condutas sociais “corretas”, éticas.

Nesse contexto, a ética é um assunto recorrente na área médica, sobretudo na forma como se dá a relação médico-paciente. Busca-se estabelecer comportamentos e procedimentos socialmente aceitos baseados na moral social vigente.

Como foi dito, definir o que é ético ou não é uma tarefa complicada, e um dos pensadores que buscou compreender mais sobre o assunto foi Imannuel Kant com sua ética racionalista. Simplificadamente, Kant considera que todos os homens são seres portadores de um bem valioso, a razão. E que ao fazer uso dela, temos a capacidade de agir corretamente, ou seja, agir como seres éticos. Somente assim, podemos transgredir nosso “estado natural” o qual é egoísta, destrutivo, individualista e tornarmos indivíduos éticos.

Na prática, diria Kant, um indivíduo só seria ético se a motivação da sua ação for na razão. Por exemplo, um médico se depara com um caso raro, se esforça ao máximo para resolvê-lo e consegue salvar o paciente. Para muitos, a simples ação de salvar uma vida seria ético. Para Kant, a ação só se tornaria ética se o médico tivesse se esforçado visando exclusivamente salvar o paciente, e não satisfação pessoal, reconhecimento profissional ou retorno financeiro.

Na realidade atual, os conceitos teóricos de Kant se mostram pouco aplicáveis. Dificilmente temos ações essencialmente éticas no meio profissional, familiar, etc. A partir disso, questiona-se: será que a ética racionalista de Kant é muito teórica e pouca prática ou os nossos parâmetros de comportamentos que estão longe de serem éticos?

Mateus Bergamo Lomaz

“Lição de Anatomia do Dr.Tulp” de Rembrandt van Rijn

Trata-se de uma pintura a óleo sobre tela de Rembrandt, pintada em 1632. Mede 169,5 x 216,5 cm.

Eis um dos mais famosos quadros de Rembrandt: um professor e seus alunos em torno de um cadáver. É possível perceber que os alunos se mostram inteligentes, curiosos e interessados. O corpo que aparece no centro do quadro é de um marginal que havia sido condenado à morte por assalto a mão armada.
Analisando as cores usadas pelo pintor e seu domínio da luz e da sombra, concluímos que o foco do quadro é o morto. Portanto, a morte. E o que aparece é a indiferença diante dela. De modo que o cadáver é visto somente como um instrumento de estudo.
Há detalhes impressionantes: os olhares, as mãos do professor, os tendões e músculos do cadáver, a distribuição dos volumes e a ocupação do espaço. Caso tenha interesse, abaixo está o link de um outro blog que fez um post abordando “Sete Curiosidades na ‘Lição de Anatomia do Dr. Tulp’ de Rembrandt van Rijn”. É bem curioso e interessante.

http://medicineisart.blogspot.com.br/2010/06/sete-curiosidades-na-licao-de-anatomia.html

Lais Melo Rocha